O biocarburantes são uma descoberta fantástica, mas para quem?
No mundo inteiro, fábricas e refinarias crescem como cogumelos depois da chuva. O trigo, a colza, o girassol, de cá; a palmeira a oleo, a cana do açucar, a soja ou o milho nos países do sul servem a substituir o petróleo. Os vegetais fabulosos, utlisados desdes os primórdios da agricultura para alimentar os homens, enchem hoje os tanques dos carros e dos camiões.
Fabrice Nicolino decidiu escrever sobre este assunto um panfleto, e de mandar um muro a todos os que pretendem que esta mudança é uma boa notícia, mas também aos ingénuos que acreditam no discurso oficial sobre os novos carburantes, apresentados como «ecológicos». Mas a realidade é ao contrário.
Em França, o lobby da agricultura industrial, activamente apoiado pelo estado, procura depois da reforma europeia de 1992, novos escoamentos das suas produções massivas. O boom dos biocarburantes relança também a máquina dos adubos e dos pesticidas, e destruirá em breve os reservatórios de biodiversidade impostos que são os «pousios».
Em outras partes do mundo é ainda bem pior. Da Indonésia ao Brasil, passando pelos Camarões, as raras florestas tropicais intactas são devastadas para deixar o lugar às novas culturas. A procura indecente do norte, que quer continuar a andar de carro a qualquer preço, faz explodir o preço de certos produtos de base: num mundo que conta perto de mil milhões de pessoas a morrer de fome, o sistema industrial prefere o automóvel ao direito indiscutivel de comer o que se necessita
E o cúmulo é que os biocarburantes não são mesmo nada ecológicos. Eles contribuem e contribuirão sempre mais as mudanças climáticas, como o desmonstram numerosos estudos.
Este pequeno livro desvenda uma mistificação total. E denúncia os aproveitadores, mais numerosos do que se pensa. Pois detrás do automóvel estamos nós.
Fabrice Nicolino - "La faim, la bagnole, le blé et nous: une dénonciation des biocarburants", Fayard, (2007)
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