quarta-feira, 9 de julho de 2008

A caminhada do pós-crescimento 2008


Eu participei na caminhada de 2007, e pergunto-me se não seria interessante organizar uma caminhada em Portugal. Mostrar as pessoas uma forma diferente de estar na vida e de viajar, dar o exemplo, é uma forma muito eficaz de luta, e uma experiência muito gratificante para quem participa. Eu estou pronta a dar corpo e alma á organização de uma marcha em 2009 (talvez não em Julho e Agosto, uma altura um pouco mais fresca é capaz de ser melhor), mas não posso faze-lho sozinha...

O Pós-crescimento no País negro (A caminhada do pós-crescimento 2008)

Charleroi (NT. Bélgica) vai acolher a “démarche de l'après-croissance” (NT. Marcha do pós-crescimento). É a ocasião para reflectir sobre um princípio que, para os participantes, já demonstrou os seus limites.

Suscitar o debate, ao nível ecológico, mas também no plano económico e social, tendo como objectivo, um questionamento do nosso modo de vida. Tal é a marcha dos caminhantes do “pós-crescimento” que, desde o final de Junho, fizeram-se à estrada ou que a “apanharão”, por uma etapa ou mais se tal lhes aprouver.
No ano passado, ao ritmo do seu burro fetiche, eles tinham atravessado o sul do Hainaut e a região de Namur (NT Bélgica). Este ano vão passar pela região de Charleroi (NT- Bélgica).

Objectores de crescimento” Como o nome indica, a marcha, independente de todos os partidos políticos, sindicatos ou associações, reúne “objectores de crescimento”. Ou posto de outra forma, cidadãos que se interrogam sobre o crescimento económico da produção e do consumo nos países fortemente industrializados.
Pois esse crescimento, tendo-se tornado, aos seus olhos, um fim em si, sem responder às expectativas em termos de emprego, levou o mundo ocidental a um nível bem longe da distribuição justa do acesso aos produtos e aos recursos naturais, como nos adverte cruelmente a crise energética actual... Sem falar da degradação ambiental. E não é o famoso “desenvolvimento sustentável” que, para estes objectores, vai mudar grande coisa: é um conceito difuso que apenas serve para apertar, cada vez mais, a corda que nos aperta o pescoço...

Menos bens, mais laços Mas os objectivos da caminhada são mais concretos. É um local de trocas, de debates, de partilhas, de vida comunitária, na linha do slogan do decrescimento “ moins de biens, plus de liens” (NT menos bens, mais laços (afectivos, entenda-se)). É ter tempo para ir ao encontro dos outros, caminhantes e anfitriães que os acolhem no decurso da caminhada.
A Marcha está também muito orientada para a natureza e pelo respeito desta, nomeadamente tentando reduzir a pegada ecológica e privilegiando a utilização de bens de circuitos locais de produção, biológicos de preferência. Enfim, é alimentar a reflexão com iniciativas que permitam o respeito pelo planeta e os que aí vivem.

Qualquer um, qualquer que seja a sua idade, pode participar na marcha, o tempo que entender, e a todo o momento. As etapas não ultrapassam os 10 km diários. Não é preciso levar provisões, pois a alimentação é comprada dia à dia a produtores locais por um preço modesto. Já um equipamentozito de campismo convém levar.

Informações: www.demarche.org/2008

Benoît WATTIER
Vers l'Avenir de 9 de Julho 2008
(http://www.votrejournal.be/article/regions/provincehainaut/infoshai/l%C2%ABaprescroissance%C2%BB_au_pays_noir/166915.aspx)



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