quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Dia SEM Compras - 28 Nov / Lisboa

Sábado 28 de Novembro celebra-se o Dia Sem Compras



Durante este dia como um manifesto contra o consumismo desmedido e insustentável tão presente na maioria das sociedades, pessoas de todo o Mundo decidem não comprar nada! É incentivada a reflexão sobre o modo de consumo na actuais sociedades capitalistas. Promove-se uma postura de consumo responsável, alertando-se a sociedade para a escassez dos recursos naturais e para a necessidade de todos nós, enquanto consumidores, termos consciência da pegada ecológica originada pela produção e transporte dos produtos que temos à nossa disposição nas superfícies comerciais.

Em Lisboa o Dia Sem Compras é celebrado com uma Marcha a sair da Praça da Figueira às 14h até ao Largo Camões. Vamos passar pela Rua Augusta onde vai ser montado um teatro de rua, pela Rua do Carmo e Rua Almeida Garret até ao Largo do Camões onde representaremos de novo uma peça de Teatro do Oprimido. Na marcha praticipam também dois grupos de percussão: os Ritmos de Resistência (percusssão samba) e a Nação do Bairro (percussão maracatú).

Horário da acção:
Concentração / Início da Marcha – Praça da Figueira (Baixa) - 14h
Teatro de Rua – Rua Augusta (cruzamento com Rua da Vitória) – 15h30 até às 16h
Final da Marcha com Teatro de Rua – Largo do Camões (Chiado) – 16h30 até ao pôr-do-sol

Para mais informação consulta http://gaia.org.pt ou http://www.dia-sem-compras.pt.vu

Por favor divulga aos teus contactos! Contamos contigo!

Vem marchar e espalhar a mensagem pela defesa do planeta.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Semana Portugal Bio 2009: Por um Mundo Rural Vivo


A INTERBIO promove a 4ª Edição da SEMANA PORTUGAL BIO - Semana Nacional da Agricultura Biológica: Por um Mundo Rural Vivo, entre 21 e 29 de Novembro de 2009.

No seguimento do sucesso das anteriores edições da SEMANA PORTUGAL BIO, a INTERBIO tem a certeza que também esta edição irá contribuir de forma muito positiva para a promoção da agricultura biológica e dos seus produtos junto dos consumidores portugueses, graças ao empenho de centenas de pessoas que desenvolverão acções um pouco por todo o País em coordenação com a INTERBIO.

O tópico deste ano da SEMANA PORTUGAL BIO será "Por um mundo rural vivo", pois num momento de declínio acelerado da nossa agricultura e consequentemente do nosso mundo rural, a adopção da agricultura biológica como o modo de produção agrícola por excelência para Portugal apresenta-se como a solução para revitalizar o sector, garantindo o seu futuro e sustentabilidade.

A par das centenas de acções que se desenrolarão em todo o País por iniciativa de agricultores, associações, escolas, autarquias e municípios, contaremos ainda com a habitual conferência de abertura da Semana Portugal Bio, com a apresentação de um manifesto “Por um Mundo Rural Vivo”, com o lançamento do concurso "A minha Escola é BIO" e com iniciativas de estabelecimento de parcerias com escolas e municípios para a distribuição de fruta biológica nas escolas.

Para qualquer questão relacionada com a SEMANA PORTUGAL BIO 2009, por favor contacte a INTERBIO através do email semanabio.bio@gmail.com

http://interbio-bio.blogspot.com/
http://interbio.designetico.org/

domingo, 15 de novembro de 2009

Dar o salto para a simplicidade voluntária - mesa redonda na ECOPORTO

Domingo dia 22 de Novembro as 15h, integrada na semana Portugal Bio 2009, irei orientar uma mesa redonda na ECOPORTO.

Dar o salto para a simplicidade voluntária
A sociedade actual fez de nós consumidores. O motor principal das nossas vidas tornou-se alimentar um sistema que claramente falharia sem nós baseado em ideais economicistas que visam o lucro, desconectados de valores humanos e das necessidades do mundo natural.
Sair do nosso papel de consumidores é vital para o avanço da humanidade.
Como reencontrar o nosso papel neste planeta, dando um passo consciente para a simplicidade e harmonia é o que pretendemos discutir à volta de um chá.


Semana Portugal Bio 2009

Olá amigos A Ecoporto tem o prazer de vos convidar para a semana de 21 a 29 de Novembro dedicada à divulgação da Agricultura Biológica e Sustentabilidade que estamos a organizar em parceria com a InterBio. Vai haver workshops, concertos, almoços e jantares com produtos da horta, mercado biológicos e palestras em torno a temas de ecologia.

Programa disponivel em:
http://ecoporto.ning.com/profiles/blogs/semana-portugal-bio-2009-na

A ECOPORTO é um Centro de pesquisa e práticas ambientais, sociais e espirituais
Localiza-se na Rua Bela da Fontinha, nº 10, 4000-107 Porto
(metro mais próximo: Faria Guimarães ou Marquês)
mapa de localização disponivel em
http://ecoporto.ning.com/page/contactos-1

sábado, 14 de novembro de 2009

SEMANA PARA O CONSUMO RESPONSÁVEL 23 a 28 Nov/ Lisboa

SUSTENTABILIDADE E CONSUMO RESPONSÁVEL
23 A 28 NOVEMBRO 2009/ LISBOA



A Cores do Globo (Associação de Promoção de Comércio Justo), a QUERCUS (Associação Nacional de Conservação da Natureza) o ISU (Instituto de Solidariedade e Cooperação Universitária) e o LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia), apresentam na última semana (23 a 28) de Novembro, em Lisboa, a Semana do Consumo Responsável - no âmbito de um projecto co-financiado pelo Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, "Territórios Sustentáveis".

"Territórios Sustentáveis: Consumo responsável nas organizações privadas, públicas e 3º sector" visa trabalhar, ao longo de 2009, as questões do consumo nas suas várias vertentes (económica, social e ecológica), e tem como principais estudos de caso a Universidade Lusíada de Lisboa, a Câmara Municipal de Loures, e a AMI - Assistência Médica Internacional.


No portal www.consumosustentavel.org pode ser consultada toda a informação sobre este projecto, nomeadamente os Boletins que são publicados mensalmente, dedicados a variados temas no âmbito do consumo responsável.

A Semana do Consumo Responsável será constituída por diversas iniciativas (ver tabela) que visam contribuir, de forma concertada, para a mudança dos padrões de consumo da sociedade portuguesa e, desta forma, para um desenvolvimento sustentável global.


PROGRAMA
23.11.2009
ISU+QUERCUS+CG 1. Documentários
2. Feira de informação consumo responsável
3. Exposição de temas aliados ao CR
4. 1 acção de formação- RNCR (1h30)
5. Participação das Aldeias do Xisto
Universidade Lusíada
26.11.2009 LNEG Seminário Consumo Sustentável e Alterações Climáticas LNEG - Campus Alfragide
27.11.2009 CG Seminário Territórios Sustentáveis Goethe Institut
28.11.2009 CG Seminário Territórios Sustentáveis Goethe Institut
A ENTRADA É LIVRE
Para mais informações:
Inês Cardoso (Coordenadora do Projecto); Carla Félix Silva / 91 840 14 03
info@consumosustentavel.org

www.consumosustentavel.org / www.coresdoglobo.org

Guerra à papelada! - ou seja, saber dizer...







...É fazer o que creio ser uma boa sugestão... (...para não dizer um IMPERATIVO DE CIDADANIA CONSCIENTE):

Afixar o dístico “PUBLICIDADE AQUI NÃO” na caixa do correio!


A QUEM AINDA NÃO AFIXOU, SUGIRO A SEGUINTE EXPERIÊNCIA:

(1) colocar num saquinho toda a publicidade que recebe na caixa de correio (e deitaria fora) ao longo de uma semana;

(2) pesar esse saquinho no fim-de-semana, e multiplicar o resultado por 52 (as 52 semanas do ano), para ter uma estimativa de quanto papel está a consumir sem usar no período de um ano;

(3) se esta experiência for feita nos períodos de marketing mais agressivo, em Dezembro designadamente, os resultados serão “estrondosos”…!


A QUEM NÃO SE IMPRESSIONA COM RESULTADOS DE PESAGENS, FAÇO UMA PEQUENA OBSERVAÇÃO: Os custos com publicidade, em particular com a que ninguém lê, têm forçosamente o efeito de encarecer os produtos, ou seja, quem acaba por pagar o desperdício de papel (de várias formas) é o consumidor – …se recebe (passivamente) a publicidade, está a “consumi-la” para todos os efeitos…



Os autocolantes amarelos “PUBLICIDADE AQUI NÃO” para colocação nas caixas do correio deixaram de ser distribuidos nas estações dos CTT. Actualmente, são apenas fornecidos pelo organismo que os edita, a DIRECÇÃO-GERAL DO CONSUMIDOR, sita na Praça Duque de Saldanha, nº 31, em Lisboa… ou seja, para quem vive e/ou trabalha em Lisboa, basta atravessar a passadeira em frente da porta dos cinemas do edifício Monumental… (Logo à entrada do prédio da D.G.C., na portaria, são entregues pequenas quantidades do autocolante, a quem as solicitar.)
















Como alternativa a essa deslocação, e uma vez que NÃO recomendo uma maçadora visita ao Portal do Consumidor (http://www.consumidor.pt/), restam quatro hipóteses, bem mais expeditas (pelo menos as 3 primeiras…):

(a) Enviar e-mail pedindo o envio gratuito por correio convencional (não esquecer de indicar o endereço postal!), para qualquer parte do país, de alguns autocolantes (meia-dúzia...), para a Direcção de Serviços de Comunicação ao Consumidor, que pertence à Direcção-Geral do Consumidor, por exemplo para o seguinte endereço electrónico:
joao.homem@dg.consumidor.pt

(b) Imprimir e afixar o dito autocolante (que fica aqui disponível em formato digital) – ESTA É A MELHOR OPÇÃO!;

(c) Escrever num papelinho, manualmente ou não, as TRÊS PALAVRAS QUE TÊM FORÇA DE LEI, relativamente à expressão da vontade de não receber publicidade não endereçada, “PUBLICIDADE AQUI NÃO”, e colá-lo… Não é o “autocolante oficial” que a Lei nº 6/99 impõe que seja respeitado, mas sim a vontade livre do cidadão, expressa clara e legitimamente!

(d) Caso se vejam perante a sistemática vandalização do autocolante/dístico (em particular pelos distribuidores de publicidade), sugiro que sejam as “vítimas” a vandalizarem as suas próprias caixas de correio, utilizando uma variada gama de estratégias de “bricolage” (eis um bom eco-desafio!): podem desaparafusar a tampa da caixa de correio e experimentar os vossos dotes de pirogravura ou entalhe na madeira (LOL) ou recorrer a um serralheiro caso seja metálica (LOL), podem aparafusar com jeitinho uma placa de vidro previamente perfurada sobre o autocolante, podem pincelar várias demãos de verniz ou cola sobre o autocolante – esta é mais prática…, etc. :-) --- Agradeço, desde já, a quem deixar comentários com outras sugestões e estratégias!


… POR ESTAS E POR OUTRAS, TERMINO FAZENDO UMA SUGESTÃO QUE ME PARECE MESMO A MELHOR DE TODAS: SENSIBILIZAR OS VIZINHOS A…


COLOCAR O DÍSTICO “PUBLICIDADE AQUI NÃO”, AMPLIADO, NA PORTA DO PRÉDIO!
(eficazmente colado no vidro, do lado de dentro, se tal for possível, ...ou junto dos botões das campainhas, com alguma forma de "blindagem" associada…)

REIVINDIQUEM ESTA DELIBERAÇÃO NAS REUNIÕES DE CONDOMÍNIO, SE FOR ESSE O CASO!

ESTA DECISÃO DEVE INCLUIR UM ACORDO EM NÃO PERMITIR O ACESSO AO INTERIOR DO PRÉDIO (nos casos em que as caixas de correio são interiores) AOS DISTRIBUIDORES DE PUBLICIDADE (com o respectivo “despejo” de um volume desproporcionado de papel algures…) e, neste ponto particular, têm relevo as questões de segurança pois, em muitos prédios, basta tocar a todas as campainhas dizendo “Publicidade!” no intercomunicador, e logo a porta é aberta por alguém… --- Sugiro uma RESPOSTA-STANDARD pelo intercomunicador: "Desculpe não abrir, mas EU NÃO RECEBO PUBLICIDADE..." (os vizinhos também ouvirão esta resposta, se atenderem ao toque - é uma acção de sensibilização indirecta... LOL)

NÃO BAIXEMOS OS BRAÇOS PERANTE O ESCANDALOSO DESPERDÍCIO DE MUITÍSSIMAS TONELADAS SEMANAIS DE PAPEL, EM PARTICULAR NOS GRANDES CENTROS URBANOS!!!

A “INDISPONIBILIDADE” DO AUTOCOLANTE NAS ESTAÇÕES DE CORREIOS, NÃO SENDO INOCENTE, JÁ NÃO É DESCULPA… VAMOS NÓS, CIDADÃOS, DISTRIBUI-LO EM FORMATO DIGITAL, IMPRIMI-LO E OFERECÊ-LO…! (ah... e colá-lo no vidro do carro, do lado de dentro, na área das escovas do limpa-pára-brisas... sim, porque a "perseguição" assume outras modalidades...)


COMEÇANDO POR NÓS MESMOS, VAMOS FAZER TODA A DIFERENÇA.


Saudações ecológicas!




quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Energia...

Tendo em conta que um ecran escuro poupa 20% da energia despendida, escureceu-se o blog!
Espero que gostem.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O que aprendi com a Demarche de l'aprés croissance (caminhada pelo decrescimento na Belgica)


Que a minha vida nunca mais será a mesma.

Que somos muitos a dar um sentido verdadeiro à nossa existência.

Que o regresso a uma vida simples respeitosa pelo nosso planeta é o meu único horizonte.

Que estou contente de ter tido a oportunidade de encontrar pessoas com quem me preocupar com o nosso futuro e o dos nossos filhos e netos.

Que existem pessoas, eu encontrei-as, que vivem o decrescimento no seu estilo de vida, no seu habitat, na sua orientação profissional.

Que esta procura de uma outra forma de vida torna as pessoas bem mais solidárias, mesmo que o individualismo da nossa cultura capitalista ainda nos aprisione.

Que os serões a dançar, cantar e a rir, à espera para celebrar a aurora, são dos momentos mais inesquecíveis da minha vida.

Que o meu País é belo quando o atravesso a caminhar ao ritmo dos burros.

Que um relógio é bem inútil quando é o sol que regula o andamento do dia.

Que me pus demasiadas questões sobre as escolhas e novas orientações a dar à minha vida.

Que a comunicação não é sempre simples, é, por vezes tão difícil quantas as experiencias de vida, as expectativas e os desejos são diferentes.

Que os conflitos são os melhores trampolins para nos conhecermos uns aos outros e para avançar.

Que agora é tempo de deixar a Demarche por outros encontros e outras aventuras.

Bruno Goffart

domingo, 8 de novembro de 2009

A caminho da simplicidade voluntária (parte II)


Serge Mongeau

A simplicidade voluntária

A expressão "simplicidade voluntária" foi popularizada nos Estados Unidos por Duane Elgin no seu livro publicado em 1981 Volontary Simplicity; Elgin atribuia a paternidade do conceito a Richard Gregg, um adepto de Gandhi que havia escrito em 1936 um artigo com esse título. Da minha parte, escrevi uma primeira versão de La simplicité volontaire em 1985, no âmbito de uma colecção de livros sobre saúde; a minha reflexão sobre a saúde tinha-me levado à conclusão que nos países industrializados, a maior parte dos nossos problemas de saúde são derivados do sobre-consumo e que a nossa busca de saúde nos devia levar a um estilo de vida mais sóbrio, claramente contra a corrente. Dizia: " A simplicidade não é a pobreza, é um despojar que nos deixa mais espaço para o espírito, para a consciência. É um estado de espírito que nos convida a apreciar, a saborear, a procurar a qualidade, é uma renúncia aos artefactos que pesam, incomodam e impedem de ir até ao fim das possibilidades". Voltei a escrever o meu livro numa reedição aumentada em 1998, desta vez insistindo nos efeitos sociais e ecológicos do nosso consumo excessivo: "Hoje em dia, dou-me conta que a via da simplicidade voluntária não constitui simplesmente o melhor caminho para a saúde, mas é sem dúvida a única esperança para o futuro da humanidade".

A via da simplicidade voluntária abre-se por um caminho pessoal de introspecção: trata-se de cada um descobrir quem é e identificar as respostas às suas verdadeiras necessidades, e quando falo de necessidades penso para além das necessidades físicas de base, nas necessidades sociais, afectivas e espirituais. O que é que me vai preencher plenamente em todas as minhas dimensões e capacidades? No nosso mundo de abundância, isto significa que temos de escolher; não ir mais na corrente da moda, da publicidade ou do olhar os outros, mas sim em função das necessidades autênticas. Por definição escolher significa agarrar qualquer coisa e deixar de lado outras coisas. Quando se começa a escolher consome-se menos, e por isso precisamos menos dinheiro para viver. Podemos então trabalhar menos e com o tempo ganho podemos fazer tudo o resto que é essencial à nossa plenitude: reflectir, falar com os que nos estão próximos, manifestar a nossa compaixão, amarmo-nos, brincar... E também responder por nós proprios as necessidades que pesam mais e mais pelas compras, que nos tornam cada vez mais dependentes. De facto é ai que está a dimensão essencial da simplicidade voluntária: reencontrar o tempo, que dá asas à consciência.

Agarrar tempo para viver é agarrar tempo para pensar, é parar o tempo, é aproveitar o momento presente. Quando se vive a correr, no stress, não se sente o tempo a passar, deixamo-nos arrastar, deixamo-nos levar pelas circunstâncias e pela vontade dos outros. Reencontrar o tempo é tomar posse da nossa vida, o que permite libertar-se verdadeiramente, ir para além da informação superficial, contra a corrente, se necessário. Moldar a sua vida, vivê-la como se quer. Empenhar-se também. É minha convicção profunda que quando se reflecte, quando nos informamos e que abrimos os olhos, não se pode mais aceitar o que se passa no mundo e tenta-se muda-lo. A simplicidade voluntária dá-nos pano para mangas, no nosso mundo baseado no consumismo, é uma recusa ao consumo cego, é o caminho para um consumo consciente, responsável, social. É uma recusa do sistema capitalista que está a dar cabo do planeta.

É um caminho difícil hoje em dia, pois vivemos num mundo minado, carregado de armadilhas que procuram explorar-nos para o seu proveito próprio:
- aproveitando-se das nossas capacidades e explorando-nos pelo lucro, no mundo do trabalho da maioria;
- manipulando-nos para que legue-mos o poder nas suas mãos: o mundo politico;
- quando nos prometerem todo o género de benefícios para que compremos os seus produtos ou serviços, com o que enriquecerão os seus bolsos.

A maior parte de nós cai nas armadilhas e perdemos o controle sobre as nossas vidas. A simplicidade voluntária aparece-nos como um instrumento essencial para se libertar. Vão-me dizer: sim, mas é um caminho individual e mesmo egoísta. Individual de certa maneira, mas não individualista, pois a via de saída, mesmo que faça parte de um processo pessoal, conduz muito rapidamente ao colectivo: não conseguimos libertar-nos sozinhos. Somos seres sociais e não conseguimos remar contra a maré em permanência. Precisamos da aceitação dos outros, é essencialmente o que dá sentido à nossa vida. Para viver aceitavelmente temos necessidade de serviços colectivos adequados: de cidades mais conviviais, transportes públicos acessíveis e eficazes, de todo o género de serviços públicos... Para a nossa sobrevivência neste planeta, precisamos de empreender acções colectivas significativas. Para mim adoptar a simplicidade voluntária não é retirar-se do mundo, saltar fora do barco para gozar egoisticamente a vida. Sim, existe uma dimensão de busca de prazer na simplicidade voluntária, mas a longo prazo a nossa vida não pode ser projectada separadamente da evolução do mundo. Eu não quero fazer a minha vidinha sozinho e que tudo o resto se derreta aos meus pés: a poluição, o efeito de estufa, a violência... Vêm ter comigo onde quer que eu esteja.

Serge Mongeau
Vers la simplicité volontaire, original acessivel em http://www.decroissance.org/index.php?chemin=textes/mongeau